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domingo, 12 de agosto de 2012

Livros Sapienciais e Poéticos

            Um sábio é uma pessoa comum, que possui preocupações diárias.
            Os sábios de Israel referem-se á um grupo diferenciado de pessoas, que vai desde um simples educador até um filósofo ou teólogo, passando-se até por conselheiros da corte, movendo-se por ambientes elevados da sociedade. Podendo se elevar a níveis teóricos, com relação a temáticas como: a origem da natureza, o problema do mal, o sentido da existência e da atividade humana (p.271).
            Mais ao mesmo tempo podemos perceber que não é em bibliotecas com livros teóricos que podemos encontrar respostas para todos os problemas, mas sim na experiência humana, iluminada pela fé, experiência essa, como forma de sabedoria, que é passada de pai pra filho, com o passar dos anos (Pr.5.1).
            O sábio de Israel se funde á partir de experiências vividas através de contatos com povos vizinhos como: egípcios, babilônios e os gregos. Por esse motivo o autor eclesiástico se diz viajar por países estrangeiros provando o bem e o mal dos homens, admitindo uma nova experiência e conhecimento.
            O sábio de Israel é um homem profundamente religioso pois ele acredita que toda a sabedoria vem de Deus. E tem como prova o famoso rei Salomão. Sabedoria essa que vem através da busca intensa de Deus, que irá enchê-lo do espírito de inteligência (Eclo. 39.6).
            O texto Eclesiástico (39. 1-11), relata a importância de um escriba-sábio para a época, pois é através dele que se conservam e se transmitem os escritos bíblicos, como a história e a sabedoria do povo de Deus. E com esse relato podemos observar a evolução da sabedoria dentro do povo de Israel, que pode ser distinguida por Marböck em quatro etapas: humanismo internacional, humanismo salomânico e a sabedoria mais antiga de Israel, a crise da sabedoria em Jó e Eclesiastes, e a unidade da realidade na sabedoria posterior (p.273-283).
            No capítulo XVIII, O livro de Jó, o autor pretende introduzir uma das obras mais apaixonantes da literatura sapiencial. E faz uma entrevista com o autor do livro, onde levanta várias questões como: o problema do mal, o reconhecimento de Jó como pecador, a blasfêmia, os discursos de Deus, o silêncio de Deus, até a recompensa em dobro no final (p.285-295). E logo após faz um desenvolvimento do livro de Jó, como uma forma de estrutura global, que se divide em: introdução e em prosa (c.1-2), Jô e os amigos, Jô, Eliú e Deus (p. 296-299).
            No capítulo XIX, Incursão pela poesia de Israel, segundo o autor merece muita atenção, para podermos nos deliciar com as poesias que muitas vezes se perdem nas traduções, mais é através de sábios e poetas que conseguimos entrar em contato com ela.
            O autor sito poemas breves, como: o cântico de guerra e de vingança de Lamec (Gn.4.23-24), as súplicas de Nm 10.35-36, o Cântico do poço em Nm 21.17-18, etc. Dizendo que há outros poemas mais amplos, e há uma dificuldade de datá-los e situá-los, pois há discordância entre os autores. O autor relata que o único caso que se tem uma unanimidade é o Cântico de Débora (Jz 5), que se relaciona com as bênçãos de Jacó (Gn 49), o canto de Míriam (Ex 15-21), os Oráculos de Balaão (Nm 23.7-10, 18-24; 34.3-9; 15-24), e alguns Salmos (29, 68 e 104).
            Não como falar de poesia mais antiga de Israel sem citar o primeiro grande poeta, o rei Davi, um homem que a bíblia relata suas qualidades poéticas e musicais (ISm 16-15s), e autor de vários capítulos do Livro de Salmos.
            O autor dá um grande salto para As Lamentações, a queda de Jerusalém, o desaparecimento da monarquia, o incêndio do templo e suas muralhas, o exílio, como forma de acontecimentos trágicos. O livro das Lamentações é o que mais retrata a profunda tristeza da época. Livro atribuído ao profeta Jeremias, mais seu conteúdo e forma literária não confirmam essa informação, discutindo-se também o lugar da composição, e sua data. O autor faz uma análise das estrofes do livro baseando-se nas 22 letras do alfabeto (p.303).
            Em Os Salmos, há uma composição poética mais famosa de Israel. E é até hoje expressada em nossas vidas, através de canções atuais, orações á Deus. E o autor diz que nós usamos de uma forma monotonamente e quase sem sentido, em todas as nossas liturgias.
            A palavra Salmos vem do grego psalmos, traduzido para o hebraico mizmor, que quer dizer “canto”. Muitos capítulos dos Salmos têm notas introdutórias, falando do autor, a ocasião, o gênero literário, dando também indicações musicais para seu uso. Há as divisões do Saltério: Saltério de Davi, Saltério Eloísta, que o autor detalha e coloca seus respectivos endereços (p.305).
            Os gêneros literários são três: os hinos, as lamentações e súplicas, ação de graças.
            O autor fez uma análise detalhada do que seriam os livros sapienciais e poéticos. Deixando-me ainda mais apaixonada pelos estudos teológicos. Afinal eles fazem e farão parte da minha vida, do meu ministério.
Por Sem. Liana Costa

Resumo das p. 266-307, Introdução ao A.T., de José Luis Sicre.               Ciências Bíblicas I do curso de Bacharel em Teologia. Prof. Ms.Marcio Simão de Vasconcellos FATERJ 2011.1

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