Por John Piper
A glória de Jesus Cristo brilha ainda mais claramente quando O vemos em sua relação apropriada com o Antigo Testamento. Ele tem uma relação magnificente com tudo o que foi escrito. Não é surpresa que este seja o caso, pois Ele é chamado de a Palavra de Deus encarnada (João 1:14). Não seria a Palavra de Deus encarnada a soma e a consumação da Palavra de Deus escrita? Considere estas breves declarações e os textos que as suportam.
1. Toda a Escritura testemunha de Cristo. Moisés escreveu sobre Cristo.
João 5:39, 46: Examinais as
Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim
testificam; Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim
escreveu ele.
2. Toda a Escritura é sobre Jesus Cristo, mesmo quando não há uma predição explícita. Isto é, há uma plenitude de implicação em toda a Escritura que aponta para Cristo e que foi satisfeita somente quando Ele veio e realizou a Sua obra. “O significado de toda a Escritura é desvendado pela morte e pela ressurreição de Jesus” (Graeme Goldsworthy, Pregando a Bíblia Toda como Escritura Cristã, p. 54)
Lucas 24:27: E, começando por
Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas
as Escrituras.
3. Jesus veio para cumprir o que estava escrito na Lei e nos Profetas. Tudo deles apontava para Ele, mesmo onde não havia algo explicitamente profético. Ele cumpriu o que a Lei requeria.
Mateus 5:17-18: Não cuideis que vim
destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade
vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá
da lei, sem que tudo seja cumprido.
4. Todas as promessas de Deus no Antigo Testamento foram cumpridas
2 Coríntios 1:20: Porque todas quantas
promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por
nós.
5. A lei foi guardada perfeitamente por Cristo. E todas suas penalidades contra o povo de Deus, um povo pecador, foram derramadas sobre Cristo. Portanto, a lei, agora, manifestadamente não é o caminho para justiça; Cristo é. O objetivo último da lei é que possamos olhar para Cristo, e não guardar a lei, para a nossa justiça.
Romanos 10:4: Porque o fim da lei é
Cristo para justiça de todo aquele que crê.
Portanto, com a
vinda de Cristo, virtualmente, tudo foi mudado:
1.
Os sacrifícios de sangue cessaram, pois Cristo cumpriu tudo para o
que eles estavam apontando. Ele foi o sacrifício final, irrepetível, pelos
pecados. Hebreus 9:12: “Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou
uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção”.
2.
O sacerdócio que ficava entre o adorador e Deus não existe mais.
Hebreus 7:23-24: “ E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número,
porque pela morte foram impedidos de permanecer. Mas este, porque permanece
eternamente, tem um sacerdócio perpétuo”.
3.
O templo físico cessou de ser o centro geográfico da adoração.
Agora, o próprio Cristo é o centro da adoração. Ele é o “lugar”, a “tenda” e o
“templo” onde encontramos Deus. Portanto, o Cristianismo não tem centro
geográfico, nem em Meca, nem em Jerusalém. João 4:21-23: “Disse-lhe Jesus:
Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém
adorareis o Pai...Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim
o adorem”.
João 2:19-21: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei...Mas ele falava
do templo do seu corpo”. Mateus 18:20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou
eu no meio deles”.
4.
As leis alimentícias, que colocavam Israel aparte das nações,
foram cumpridas e acabadas em
Cristo. Marcos 7:18-19: “E ele [Jesus] disse-lhes: Assim também
vós estais sem entendimento? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no
homem não o pode contaminar, porque não entra no seu coração, mas no ventre, e
é lançado fora?... (Assim declarou puros todos os alimentos)”.
5.
O estabelecimento da lei civil sobre a base de um povo etnicamente
fixado, que foi diretamente ordenada por Deus, cessou. O povo de Deus não é
mais um corpo político unificado ou um grupo étnico ou um estado-nação, mas são
peregrinos e forasteiros entre todos os grupos étnicos e Estados. Portanto, a
vontade de Deus para os Estados não deve ser tomada diretamente da ordem
teocrática do Antigo Testamento, mas deve ser agora restabelecida de lugar para
lugar e de tempo para tempo, pelos meios que correspondam ao governo soberano
de Deus sobre todos os povos, e que correspondam ao fato de que a genuína
obediência, enraizada como ela é na fé em Cristo, não pode ser coagida pela
lei. O Estado é, portanto, fundamentado em Deus, mas não expressivo da regra
imediata de Deus. Romanos 13:1: “Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há
potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por
Deus”.
João 18:36: “Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse
deste mundo, pelejariam os meus servos”.
Adoremos a maravilha de Cristo que desencadeou essas mudanças massivas no mundo.
Traduzido por: Felipe Sabino de
Araújo Neto
Cuiabá-MT, 25 de Fevereiro de 2005.
Cuiabá-MT, 25 de Fevereiro de 2005.
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