O
mundo está em uma caminhada histórica e contínua, rumo à consumação final. O
tempo, denominado pelo profeta, "o
grande e terrível dia", é usualmente, intitulado o dia do
Senhor, nas Escrituras. O espaço da criação do homem sobre a terra, até o fim
de todas as coisas, é o dia dos filhos dos homens; o tempo que está agora
passando sobre nós é propriamente nosso dia; quando este acabar, o dia do
Senhor plenamente começará com o RD plenamente estabelecido. Mas quem pode
dizer por quanto tempo ele continuará? Visto que para "o Senhor, um dia é como mil
anos, e mil anos como um dia?" (2 Pedro 3.8)
E, desta mesma expressão, alguns dos antepassados esboçaram aquela inferência,
aquele, que é comumente chamado o dia do julgamento, seria, de fato, mil anos;
e parece que eles não foram além da verdade; mais do que isto: provavelmente
eles não avançaram para ela. Porque, se nós considerarmos o número de pessoas
que serão julgadas, e as ações que serão inquiridas nisto, não parece que mil
anos serão suficientes para as transações daquele dia; de maneira que não pode
ser improvável abranger diversos mil anos. Mas Deus deverá revelar isto também há
seu tempo, somente há seu tempo.
Se o nosso Deus reina eternamente e reinará para
sempre, falaremos, “neste sentido, de uma escatologia perfeita, de uma
escatologia presente e de uma escatologia futura, bem como de uma escatologia
que poderíamos chamar de transcendental, enquanto está se referindo ao agir do
Deus eterno dentro, aquém e além de todos os tempos escatológicos” [1]. A escatologia perfeita, para Claus Schwambach, é
a irrupção da eternidade para dentro do tempo, da presença da salvação
escatológica na pessoa e na obra de Cristo em sua primeira vinda ao Mundo. A
escatologia presente é apresentada como o Evangelho que anuncia o perdão, ela
manifesta agora, de forma antecipada, o veredito de Deus como Juiz final. A
palavra da cruz atualiza tanto o passado como o futuro, dando-nos validade no
presente. A escatologia futura tem como conteúdo a esperança cristã da
ressurreição, o arrebatamento, a segunda vinda de Cristo, o juízo final, o fim
do mundo, a nova criação, céu e inferno, e enfim, a vitória final.“[...] quando
ele entregar o reino a Deus, o Pai, quando houver destruído todo domínio, toda
autoridade e todo poder. Porque é necessário que ele reine até que tenha posto
todos os inimigos debaixo de seus pés” (1Co 15.24,25)[2].
Segundo Mateus 4.17, o “reino de Deus não tem significado estritamente
temporal. Ele expressa dinamicidade, atividade e está sempre orientado
teocraticamente” [3]: “Desde
então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o
reino dos céus”.
O grande problema deste
ensinamento de Cristo que o RD está perto, é que tem sido quase dois mil anos
desde que ele ensinou isso. Assim aparece que não tem sentido real em que o
Reino podia ter sido “perto” no momento que ele viveu. Os comentaristas
conservadores dizem que a palavra “perto” refere-se ao fato que o Reino foi
“imanente,” e isto podia acontecer em qualquer momento. Mas então, não seria
uma mensagem excitada. Ostensivamente, o Reino podia vir em qualquer momento de
1.000 (mil) anos, dias, semanas, qualquer período.
Alguns teólogos declaram
que o Reino estava “perto” porque o Cristo estava lá pessoalmente, mas esta
explicação pode ser uma explicação forçada. Cristo não disse que “o Rei” estava
perto. Ele disse que “o Reino está perto,” e o que queria dizer aos seus
ouvintes que todas as promessas acerca do Reino no AT serão cumpridas.
O controle do homem
sobre o tempo é restrito e inseguro, a humanidade vive na inquietação acerca do
tempo final. Na virada do milênio todo mundo viveu sob o temor pela tensão do
que poderia acontecer. Nem a vida Moderna em sua época mais avançada na ciência
e na tecnologia, em que o homem se põe no centro do universo exibindo seu
domínio sobre a criação, foi capaz de não deixar-se apavorar pela expectativa
do fim do mundo. A incerteza quanto ao tempo escatológico apavora tanto os mais
ignorantes como os mais intelectuais, tanto os religiosos como os ateus.
A monarquia teocrática
relacionada na Bíblia não alcançou a legitimidade dentre as dinastias, tendo
apenas algumas sinalizações no reinado de Davi e Salomão, evidenciou-se o
contraste entre aquilo que era e aquilo que deveria ser, renovando, assim a
esperança escatológica.
Logicamente, não se duvida que Deus seja Rei, mas a
concretização de sua realeza torna-se objeto de esperança. Em outros termos, a
“teocracia” é aguardada no futuro, ela passa a ser escatológica[4].
Somando
Cristo ao Dia do Senhor e o RD, também podemos acrescentar á essas somas o RD
estabelecido no mover do ES no Dia de Pentecostes, dando á Era eclesiástica uma
grande missão que é proclamar o evangelho de Cristo a todas as nações. Como, porém, se arrependerão se não ouvirem
do seu perdão? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão se não
forem enviados? Com esse desafio, Pedro fala que devemos esperar e apressar
a vinda plena do RD (2 Pe 3.12).
Todo cristão tem como
desafio, pregar as boas-novas a cada criatura, e fazer discípulos de todas as
nações! O cristão tem o grande privilégio e a grande responsabilidade de
apressar a segunda vinda de Cristo.
Por esse motivo a Igreja deve assumir o compromisso da
obediência missionária e cumprir a sua missão de evangelização mundial. Além de
anunciar o RD, e revelar os seus mistérios, Jesus incumbiu
os seus discípulos de fazerem o mesmo; a igreja primitiva fez isso. O "Já" em Cristo agora e aqui é que
determina o "amanhã" com Ele no porvir do além. Em sentido espiritual
o Cristão já habita o Céu: "E juntamente com ele (Jesus) nos ressuscitou e
nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus".
[1] SCHWAMBACH, C.
Escatologia. Apostila do Curso Avançado
em Teologia e Bíblia. Faculdade Luterana de Teologia do CETEOL, São Bento
do Sul, 2001, p.3.
[2]
NEUTZLING, I. S. J. O
Reino de Deus e os pobres, Loyola, São Paulo, 1986, p.50.
[3] Ibid.
[4] BRAKEMEIER, G. O
Reino de Deus e esperança Apocalíptica, p.26.
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