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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O “Já” e o “Ainda Não”

O mundo está em uma caminhada histórica e contínua, rumo à consumação final. O tempo, denominado pelo profeta, "o grande e terrível dia", é usualmente, intitulado o dia do Senhor, nas Escrituras. O espaço da criação do homem sobre a terra, até o fim de todas as coisas, é o dia dos filhos dos homens; o tempo que está agora passando sobre nós é propriamente nosso dia; quando este acabar, o dia do Senhor plenamente começará com o RD plenamente estabelecido. Mas quem pode dizer por quanto tempo ele continuará? Visto que para "o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia?" (2 Pedro 3.8) E, desta mesma expressão, alguns dos antepassados esboçaram aquela inferência, aquele, que é comumente chamado o dia do julgamento, seria, de fato, mil anos; e parece que eles não foram além da verdade; mais do que isto: provavelmente eles não avançaram para ela. Porque, se nós considerarmos o número de pessoas que serão julgadas, e as ações que serão inquiridas nisto, não parece que mil anos serão suficientes para as transações daquele dia; de maneira que não pode ser improvável abranger diversos mil anos. Mas Deus deverá revelar isto também há seu tempo, somente há seu tempo.

Se o nosso Deus reina eternamente e reinará para sempre, falaremos, “neste sentido, de uma escatologia perfeita, de uma escatologia presente e de uma escatologia futura, bem como de uma escatologia que poderíamos chamar de transcendental, enquanto está se referindo ao agir do Deus eterno dentro, aquém e além de todos os tempos escatológicos” [1]. A escatologia perfeita, para Claus Schwambach, é a irrupção da eternidade para dentro do tempo, da presença da salvação escatológica na pessoa e na obra de Cristo em sua primeira vinda ao Mundo. A escatologia presente é apresentada como o Evangelho que anuncia o perdão, ela manifesta agora, de forma antecipada, o veredito de Deus como Juiz final. A palavra da cruz atualiza tanto o passado como o futuro, dando-nos validade no presente. A escatologia futura tem como conteúdo a esperança cristã da ressurreição, o arrebatamento, a segunda vinda de Cristo, o juízo final, o fim do mundo, a nova criação, céu e inferno, e enfim, a vitória final.“[...] quando ele entregar o reino a Deus, o Pai, quando houver destruído todo domínio, toda autoridade e todo poder. Porque é necessário que ele reine até que tenha posto todos os inimigos debaixo de seus pés” (1Co 15.24,25)[2].

 

Segundo Mateus 4.17, o “reino de Deus não tem significado estritamente temporal. Ele expressa dinamicidade, atividade e está sempre orientado teocraticamente” [3]:Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus”.

                        O grande problema deste ensinamento de Cristo que o RD está perto, é que tem sido quase dois mil anos desde que ele ensinou isso. Assim aparece que não tem sentido real em que o Reino podia ter sido “perto” no momento que ele viveu. Os comentaristas conservadores dizem que a palavra “perto” refere-se ao fato que o Reino foi “imanente,” e isto podia acontecer em qualquer momento. Mas então, não seria uma mensagem excitada. Ostensivamente, o Reino podia vir em qualquer momento de 1.000 (mil) anos, dias, semanas, qualquer período.

                        Alguns teólogos declaram que o Reino estava “perto” porque o Cristo estava lá pessoalmente, mas esta explicação pode ser uma explicação forçada. Cristo não disse que “o Rei” estava perto. Ele disse que “o Reino está perto,” e o que queria dizer aos seus ouvintes que todas as promessas acerca do Reino no AT serão cumpridas.

                        O controle do homem sobre o tempo é restrito e inseguro, a humanidade vive na inquietação acerca do tempo final. Na virada do milênio todo mundo viveu sob o temor pela tensão do que poderia acontecer. Nem a vida Moderna em sua época mais avançada na ciência e na tecnologia, em que o homem se põe no centro do universo exibindo seu domínio sobre a criação, foi capaz de não deixar-se apavorar pela expectativa do fim do mundo. A incerteza quanto ao tempo escatológico apavora tanto os mais ignorantes como os mais intelectuais, tanto os religiosos como os ateus.

                        A monarquia teocrática relacionada na Bíblia não alcançou a legitimidade dentre as dinastias, tendo apenas algumas sinalizações no reinado de Davi e Salomão, evidenciou-se o contraste entre aquilo que era e aquilo que deveria ser, renovando, assim a esperança escatológica.

Logicamente, não se duvida que Deus seja Rei, mas a concretização de sua realeza torna-se objeto de esperança. Em outros termos, a “teocracia” é aguardada no futuro, ela passa a ser escatológica[4].

           

                                Somando Cristo ao Dia do Senhor e o RD, também podemos acrescentar á essas somas o RD estabelecido no mover do ES no Dia de Pentecostes, dando á Era eclesiástica uma grande missão que é proclamar o evangelho de Cristo a todas as nações. Como, porém, se arrependerão se não ouvirem do seu perdão? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados? Com esse desafio, Pedro fala que devemos esperar e apressar a vinda plena do RD (2 Pe 3.12).

                        Todo cristão tem como desafio, pregar as boas-novas a cada criatura, e fazer discípulos de todas as nações! O cristão tem o grande privilégio e a grande responsabilidade de apressar a segunda vinda de Cristo. Por esse motivo a Igreja deve assumir o compromisso da obediência missionária e cumprir a sua missão de evangelização mundial. Além de anunciar o RD, e revelar os seus mistérios, Jesus incumbiu os seus discípulos de fazerem o mesmo; a igreja primitiva fez isso. O "Já" em Cristo agora e aqui é que determina o "amanhã" com Ele no porvir do além. Em sentido espiritual o Cristão já habita o Céu: "E juntamente com ele (Jesus) nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus".

 



[1] SCHWAMBACH, C. Escatologia. Apostila do Curso Avançado em Teologia e Bíblia. Faculdade Luterana de Teologia do CETEOL, São Bento do Sul, 2001, p.3.
[2] NEUTZLING, I. S. J. O Reino de Deus e os pobres, Loyola, São Paulo, 1986, p.50.
[3] Ibid.
[4] BRAKEMEIER, G. O Reino de Deus e esperança Apocalíptica, p.26.

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